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SEGUNDA EDIÇÃO DO CINEFRONT ACONTECE EM ABRIL

Publicado: Terça, 08 de Março de 2016, 09h44 | Última atualização em Sexta, 08 de Abril de 2016, 10h34 | Acessos: 3898

 

Publicação: 03/03/2016 - 08:31
 

 

 

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifessta) volta a organizar neste ano, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de Marabá e diversos movimentos sociais, o Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira - FIA Cinefront. Serão seis dias de mostra gratuita de obras cinematográficas que abordam a realidade das regiões fronteiriças, como é o caso da Amazônia.

 

Esta é a segunda edição do festival, que neste ano irá homenagear o indigenista Vincent Carelli. Conforme a curadoria - realizada por Felipe Milanez, que já esteve responsável pelas obras apresentadas no ano passado -, Vincent é autor de um importante registro histórico sobre a Amazônia.

 

 

Ele esteve pela primeira vez na região em 1969, visitando os Xikrin do Catete, e, desde então, o documentarista fundou o projeto Vídeo nas Aldeias e dirigiu filmes denunciando a destruição da floresta por siderúrgicas no Pará e Maranhão, além do massacre de índios na Gleba Corumbiara, em Rondônia.  

 

A curadoria destaca, ainda, que Carelli realizou, como fotógrafo, uma das primeiras grandes coberturas jornalísticas sobre a guerrilha do Araguaia, publicada na revista História Imediata. Na década de 80, explica Milanez, ele acompanhou o povo Gavião na disputa e negociação do conflito entre indígenas e camponeses na Terra Indígena Mãe Maria. A aldeia Gavião, na Reserva Mãe Maria, inclusive, irá receber sessões da mostra.

 

De acordo com Evandro Medeiros, um dos coordenadores do festival, o evento se iniciou como mostra de denúncia das consequências dos processos de desenvolvimento pautados por interesses econômicos e políticos “que se sustentam na exploração dos recursos naturais e da força de trabalho da população que vive na fronteira, gerando violências de todos os tipos, degradação humana e ecológica”.

 

Ele destaca, no entanto, que mais que fazer esta denúncia, o festival pretende mostrar - por meio da imagem, da fala e do fazer cinematográfico que se produz desde a fronteira - que nela existe dinâmica social própria, envolvendo vida, trabalho, cultura, modos singulares de existir, de se organizar politicamente e de se relacionar com o mundo e com o meio em que se vive, independentemente daquilo que é engendrado pelos interesses dos chamados “centros”.

 

Em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, serão organizadas sessões de exibição e debates no Acampamento da Juventude na Curva do S, além de inserir sessões especiais de socialização nos Festival de Cinema Curta Carajás e Festival Internacional de Cinema do Caeté. Além do Campi de Marabá, as exibições do festival também ocorrem nos demais campus da Unifesspa, em São Felix do Xingu, Santana do Araguaia, Xinguara e Rondon do Pará. Em Marabá, o Cine Marrocos também irá receber o evento.

 

(Luciana Marschall)

 

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