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CORREIO DE CARAJÁS: Inflação recua em Marabá, aponta Lainc, da Unifesspa

Publicado: Terça, 25 de Outubro de 2022, 16h15 | Última atualização em Terça, 25 de Outubro de 2022, 16h15 | Acessos: 844

Veículo:  Correio de Carajás

Data: 25/10/2022

Link: https://correiodecarajas.com.br/inflacao-recua-em-maraba-aponta-lainc-da-unifesspa/

Laboratório de Inflação e Custo de Vida revela que contribuíram para queda da inflação as despesas com habitação, transportes e despesas pessoais

 

Um leve alívio no bolso da população marabaense pode ser sentido no mês de setembro com a redução da inflação nos preços ao consumidor. É o que aponta relatório do Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá (Lainc), vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas da Unifesspa. De acordo com os pesquisados, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu de 0,83%, em agosto, para 0,43% em setembro, portanto menos perda do poder aquisitivo da renda familiar.

Contribuíram para queda da inflação as despesas com “Habitação” (-6,97%), “Transportes” (-5,59%) e “Despesas Pessoais” (-5,28%). Em contrapartida, tiveram aumento nos preços os grupos de “Vestuário” (+13,20%), “Educação” (+3,87%), “Saúde e Cuidados Pessoais” (+3,83%). Os gastos com “Alimentação e Bebidas”, grupo com maior participação e que consome maior parte do orçamento familiar, subiram 0,83% no mês.

Foram vilões e tiveram maior alta os preços itens como mamão, água mineral, artigos de papelaria, limão, creme dental e bebidas lácteas (iogurte). Já entre os mocinhos, aqueles itens que tiveram redução no preço, destacam-se o cafezinho, pimentão, repolho, sabão em pó e energia elétrica residencial.

“Ainda que a desoneração tributária nos preços dos preços dos combustíveis seja reconhecida como fator positivo no controle da inflação brasileira, o mesmo não se pode afirmar para a Marabá, na medida em o abastecimento local não encontra guarida no setor produtivo do município. É importante que os chefes de famílias fiquem ligados, dado que se aproxima o dia em que o mercado voltará a ter as rédeas do movimento dos preços”, finaliza o relatório.

O LAINC, é fruto do convênio firmado entre UNIFESSPA e FAPESPA/Governo do Pará, já vem desde o ano de 2016 realizando estudos e pesquisas sobre um dos fenômenos econômicos mais agressivos ao povo brasileiro, em especial a população de baixa renda, e nosso caso, os residentes na “Cidade das Castanheiras” no sudeste do Pará.

A coleta de preços e semanal e o cálculo do IPC de Marabá é realizado a partir do manuseio do ÍNDICE DE LASPEYRE ADAPTADO, e disponibilizado até o décimo quinto dia útil do mês seguinte ao da pesquisa de campo em estabelecimentos comerciais nos quatro módulos residenciais da “Cidade das Castanheiras”.

Os números do IPC de Marabá, nos últimos 12 meses, revelam que na média, o nível geral de preços está no patamar de “6,71%”, ainda relativamente distante dos dois dígitos que assustam em particular a população de baixa renda.

Por outro lado, os movimentos de preços dos itens do grupo de despesas com “educação” não são favoráveis à população de baixa renda, salva pelo fato de que é confortável ter acesso ao serviço de educação da rede público no município.

O índice de 29,16% é certamente um desastre se se considera a distância em relação à variação média do nível de geral de preços em Marabá, expressa pelo IPC acumulado de “6,71%”, que já preocupa, dado que é um índice que deprecia de forma significativa o poder de compra do salário mínimo nominal, ficando assim em R$1.135,79.

Significa que o chefe de família precisa buscar alternativas para garantia alimentos na mesa. No conjunto dos grupos de despesas, o registro mais significativo diz respeito ao IPC acumulado nos itens de despesas com “Alimentação e Bebidas: 9,19%” porque crucial à subsistência e reprodução familiar, além do fato de que é o grupo em que as despesas comprometem “43,17%” do orçamento familiar.

A inflação em Marabá medida pelo IPC, cujo público alvo é a população com faixa de renda de 1(um) a 5(cinco) salários mínimos apresentou em 2002 uma média mensal de “0,56%, acumulando no ano o índice de “5,14%”, enquanto a inflação nacional expressa pelo INPC, a média mensal foi de “0,46%” com o acumulado no ano em “4,09%”.

A inflação, caso do país medida pelo INPC e de Marabá medida pelo IPC, certamente é resultado da estabilidade de preços dos combustíveis, fruto a desoneração tributária que fica em vigor até o dia 31.12.2022.

Vale o registro, em particular para a população de baixa renda que o “Auxílio Brasil” tem prazo definido para 31.12.2022 e por falta de instrumentação legal, a proposta de R$ 400,00 não está garantida no orçamento federal de 2023, então considerando o que está no Censo Demográfico de 2010, fica a pergunta sobre como os 69,0% das famílias de marabaenses residentes em domicílios com rendimento nominal per capita de até 1(um) salário mínimo irá acessar os meios materiais para a subsistência e reprodução familiar. (Fonte: Unifesspa)

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