Unifesspa apresenta à Prefeitura de Marabá uma proposta de Sistema de Localização de Ônibus para a Rota Universitária

Em reunião realizada no último dia 25 de outubro, a Unifesspa apresentou à prefeitura de Marabá e à Empresa Integração Integração uma proposta de Sistema de Localização de Ônibus para a Rota Universitária. Trata-se do aplicativo “UniBus”, que além da rota universtária poderá ser utilizado por toda a cidade.

Representando a Unifesspa, participaram a coordenadora do projeto, profa. Leslye Castro (Faculdade de Engenharia da Computação), o diretor do IGE, prof. José Elisandro, e os discentes de Engenharia da Computação, Alaim Costa e Manoel Moura. Pela Prefeitura, participaram o vice-prefeito de Marabá, Luciano Dias, o secretário Municipal de Segurança Institucional, Jair Barata,e o diretor da empresa Integração, Clécio Márcio. 

Histórico - O aplicativo de localização nasce como uma necessidade dos discentes. Os desenvolvedores Alaim Costa e Manoel de Moura, ao entrar na Unifesspa em 2019, tiveram muitas vezes que sair antes de terminar as aulas ou ficar muito tempo na parada de ônibus porque não sabiam o horário exato em que este irá passar pela parada.

Na hora de propor a ideia do TCC, os dois procuraram a profa. Leslye Castro para ser orientadora, com a ideia de fazer um sistema de localização de ônibus.  A professora Leslye mencionou que a UFPA estava desenvolvendo um sistema de localização, mas para o ônibus dentro do campus UFPA e que tinha recebido um empréstimo de dispositivos LoRa do laboratório LCT-UFPA, que poderiam ser usados no desenvolvimento desta ideia. Esta tecnologia LoRa é usada para internet das coisas em soluções das chamadas cidades inteligentes.

Desenvolvimento - Um sistema de localização de baixo custo segundo as pesquisas dos desenvolvedores, atualmente seria possível de implementar com a tecnologia LoRaWan. Sem os equipamentos necessários, mas com muita vontade de fazer,  alunos e professores da Engenharia da Computação foram comprados os equipamentos para o desenvolvimento do Hardware do projeto. Os discentes desenvolveram o rastreador usando, Shield LoRa  da fornecedora dragino e o GPS.

Leslye Castro explica que o sistema funciona basicamente como se fosse um wifi para a cidade. “Temos os gateways que podem ser comparados com os roteadores de casa, mas a cobertura deles é de quilômetros. Nossos testes mostraram que em Marabá pode chegar até  8 km cada gateway, mas se tiver zonas arborizadas, como é o caso do Batalhão perto do campus III, a cobertura fica em 3 km”, explica.  

Segundo a pesquisadora,  os ônibus que estiverem dentro da área de cobertura poderão ser rastreados em tempo real.  Adicionalmente com a tecnologia LoRaWan é possível enviar os dados recebidos na rede local LoRa para nuvem e assim poder acompanhar via aplicativo a posição dos ônibus em tempo real.

O aplicativo desenvolvido permite, ainda, estimar o tempo que o ônibus vai demorar em chegar na parada, a localização em tempo real (igual ao uber), distância do ônibus, os horários, receber notificação que ônibus está a 600 metros da parada e uma tela de créditos aos desenvolvedores. Como mostra na Figura 1. Ele vai ter um rastreador instalado no ônibus, que vai se comunicar com o gateway,  o gateway se comunica com a nuvem,  da nuvem os dados podem ser publicados para o aplicativo, e uma interface web que será para o administrador do sistema onde as rotas do ônibus serão inseridas o eliminadas segundo a demanda.

Figura 1.  Dispositivos para funcionamento do sistema de rastreio

Etapas de implementação - De acordo com os pesquisadores, o sistema atualmente está na primeira fase de testes, e está funcional para a Rota universitária da Unifesspa (Campus I, Campus II, Campus III). Para instalação de antenas e equipamentos, o projeto conta com ajuda da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) da Unifesspa, para conhecer horários e itinerários dos ônibus, além de informações da empresa que tem a concessão de ônibus em Marabá.  A previsão é que o aplicativo seja lançado na plataforma “Play Store” em dezembro deste ano, para que os estudantes ajudem a melhorar o protótipo que está em desenvolvimento.

Perspectivas futuras - Com a intenção de que Marabá seja a primeira cidade na região a ter uma aplicação para cidades inteligentes, foi apresentado para a prefeitura a proposta de ampliar o projeto de rastreio para toda a cidade, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas que usam diariamente o transporte público, devido a que o tempo de espera nas paradas será reduzido.

“Recebemos uma boa recepção de parte das autoridades e do próprio dono da empresa de ônibus. Assim se inicia um novo processo que levará no mínimo um ano se tiver o suporte financeiro. Como apresentado na prefeitura, se ele for desenvolvido como projeto de pesquisa serão necessários cerca de R$ 100 mil para custeio de bolsas e equipamentos”, explica Leslye.  

Ainda segundo a pesquisadora, esta aplicação é uma oportunidade para ter muitos dados que podem ser usados pelos estudantes para melhorar o transporte, usando técnicas de inteligência artificial, podem ser colocados sensores de qualidade de ar, nível de rio, entre outras métricas que transformaram a vida do marabaense. “Precisa-se de apoio financeiro para que deixe de ser um sonho. Tiramos a ideia do papel, mas para chegar a toda a comunidade precisamos da colaboração de todos”, finaliza.