Conferência de encerramento da Calourada debateu o papel e desafios da Universidade Pública na Amazônia

A tarde desta sexta-feira (12) foi marcada por reflexões provocadas pelo Prof. Dr. Bruno Malheiro na conferência de encerramento da X Semana de Integração e Recepção dos Calouros da Unifesspa. O professor ministrou uma verdadeira aula de apresentação sobre o que, de fato, constitui uma universidade pública na (e da) Amazônia, os desafios enfrentados para que se torne um espaço de pluralidade e diversidade, ocupado por aqueles que, de fato, a pertencem.

O professor destacou a importância da produção de conhecimento na Amazônia, um local marcado por conflitos, que firmaram também a presença da universidade aqui, nessa região. A Unifesspa, neste ano de 2023, completa 10 anos, de fato. No entanto, conforme destacou o docente, a universidade não tem somente dez anos, porque se instalou na região como campus da UFPA, no final da década de 80. A presença do ensino superior se deu, principalmente, pela mobilização dos movimentos sociais que, articulados, defenderam e insistiram na educação, na oportunidade que esta promove para a transformação de vidas.

Na atualidade, a presença de indígenas, quilombolas, estudantes do campo que fazem dessa instituição um local de diversidade, pluralidade, tem relação direta com a resistência histórica desses povos na região, para que o acesso à universidade pública e de qualidade se tornasse uma realidade, ressaltou o professor. Além disso, destacou a importância das outras linguagens de conhecimento como fundamentais e, metaforicamente, a visão da Unifesspa como um “esse mundo (universidade) precisa ser vários mundos”, uma relação com a diversidade de realidades presentes nesse local de produção de conhecimento plural. 

Para Melry Ann Oliveira, de 18 anos, nova discente do curso de História, ser professora sempre foi um sonho. A caloura destacou a importância da apresentação realizada nesta tarde pelo professor Bruno. “A apresentação da universidade, para nós, calouros, foi bem esclarecedora e deu um pouco mais de força para que a gente permaneça na universidade, como o professor falou, a universidade precisa ser valorizada, principalmente onde estamos, na Amazônia. A nossa universidade é muito grande, adentra muitas perspectivas e produz muito conhecimento. Então eu estou muito animada em aprender mais”, finalizou a caloura, que justificou a escolha pela história porque sente que a área ativa muito o seu senso crítico.

Abrilhantando ainda mais a programação, o hall do Bloco Central da unidade III foi preenchido pelo som do Hip Hop, apresentado pelo grupo Zero Nove Quatro, que animou o público presente com falas de resistência e transformação social por meio da educação. 

Escrito por: Laura Guido