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Laboratório de História Social da Amazônia organiza palestra e lançamento de livro acerca da trajetória da CPT na região

  • Publicado: Segunda, 26 de Setembro de 2022, 16h09
  • Última atualização em Segunda, 26 de Setembro de 2022, 16h46
  • Acessos: 903

Encarte FabioNo próximo dia 7 de outubro, às 19h, no auditório da Unidade I, o Laboratório de História Social da Amazônia (LHSA) promoverá a palestra, seguida de lançamento do livro, "Ao cristão é proibido ter medo", do professor Dr. Fábio Tadeu de Melo Pessôa, com a participação de Emmanuel Wambergue, José Batista Afonso, Airton dos Reis Pereira e mediação do professor Dr. Reginaldo Cerqueira Sousa.

O LHSA é vinculado à Faculdade de História da Unifesspa (Fahist/Unifesspa) e tem como objetivo estimular e promover pesquisas, reflexões e debates que tenham um escopo multitemático, considerando as diversidades geográfica, política, étnico-cultural e socioeconômica da chamada Amazônia Legal, bem como a multiplicidade de questões e problemas que acometem suas territorialidades em perspectiva histórica.

A palestra se junta ao propósito do LHSA que é a integração entre ensino, pesquisa e extensão e pretende facilitar a inserção da pesquisa histórica no cotidiano de sala de aula no âmbito da Unifesspa. O livro, que será lançado no dia do evento, é o resultado da pesquisa de doutoramento do Dr. Fábio Tadeu de Melo Pessôa no PPHIST/UFPA sobre a trajetória da Comissão Pastoral da Terra no Sul e no Sudeste do Pará durante a ditadura militar, entre 1975, data da fundação da CPT, até 1985, marco para o fim do período militar. O argumento do autor é o de que a criação da CPT é parte de um processo de longa duração de atuação política da Igreja Católica no Brasil.

A CPT foi fundada num momento em que os projetos de intervenção econômica a partir do uso dos recursos naturais da região amazônica tiveram impactos decisivos nas formas de apropriação e de trabalho relacionados à terra, modificando as relações sociais e gerando, como consequência, a concentração fundiária e inúmeros conflitos agrários. Por um lado, a violência física e simbólica cometida contra camponeses e religiosos marcou as dinâmicas sociais e políticas dessa região, no período aqui analisado.

Em contraposição a essa dinâmica da violência, a CPT contribuiu com a constituição de uma cultura política da resistência, fundamentada em práticas político-litúrgicas surgidas nas relações estabelecidas entre religiosos, agentes pastorais e sujeitos sociais atuantes nas Comunidades Eclesiais de Base, no Movimento de Educação de Base, nos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e nos espaços religiosos que foram ressignificados a partir de determinadas interpretações acerca da natureza, da terra e do trabalho  - pensados enquanto "bem comum", influenciadas por um cristianismo de libertação cuja radicalidade de pensamento vai à raiz de uma ideia segundo a qual a terra é uma criação de Deus e que por isso não pode ser separada de quem nela trabalha.

O livro também é o resultado de pesquisas desenvolvidas pelo autor quando de sua permanência como professor da Unifesspa entre 2014 e 2021, a partir de projetos de ensino, pesquisa e extensão envolvendo a temática, de orientações de discentes do curso e da pesquisa em arquivos da CPT, do Serviço Nacional de Informações e de inúmeras entrevistas com os sujeitos sociais envolvidos com a luta pela terra, a defesa da democracia e dos direitos humanos. As inscrições já estão abertas e poderão ser feitas até no dia do evento. O evento é direcionado ao corpo discente da Unifesspa, aos movimentos sociais e ao público interessado no tema. Para os estudantes será realizado sorte de exemplares do livro.

Link para inscrição: https://sigeventos.unifesspa.edu.br/evento/CPTM2022/principal/view

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