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Estudantes ingressantes, veteranos e egressos discutem o combate às práticas do racismo institucional

  • Publicado: Quinta, 14 de Julho de 2022, 17h01
  • Última atualização em Quinta, 14 de Julho de 2022, 17h50
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mesa racismo calouradaDebater sobre as diferentes formas em que o racismo se mostra dentro das instituições. Com esse objetivo, a Calourada 2022 trouxe aos ingressantes mais uma urgente pauta social que deve abordada dentro e fora do espaço universitário, a fim de promover efetivas mudanças na sociedade.

Reveja aqui a mesa-redonda: Racismo institucional!

Foram convidados para o debate, Salomão Santos, representante da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu), a profa. Dra. Mirian Cristina dos Santos, docente no Instituto de Estudos do Xingu da Unifesspa e a discente Rotokwyi Valdenilson, do curso de direito da universidade. A mesa foi mediada pela, também discente, Regilane Guajajara, do curso de Psicologia.

Um dos primeiros a falar foi Salomão Santos, representante da Malungu. Ele ressaltou como o tema é importante de ser discutido, principalmente dentro da universidade, por acreditar que é a partir das escolas e instituições de ensino que se combate o racismo institucional. “O racismo é um assunto importante que precisa ser debatido, seja ele o mais comum ou o institucional”, afirmou.

Ainda em sua fala, Salomão contou como foi sua experiência durante a sua trajetória acadêmica e refletiu dizendo que “esse primeiro processo trouxe e mostrou aquilo que já se sabia: a universidade não está preparada para nos receber. Que a própria estrutura da universidade, que já tem décadas, foi construída para as elites”, analisou.

Já a profa. Dra. Mirian Santos, do Instituto de Estudos do Xingu (IEX), dividiu sua participação em dois momentos. No primeiro deles, ela relembrou pontos de sua trajetória enquanto estudante e profissional e, depois, levantou questões envolvendo o racismo institucional. Miria​n​ contou que foi uma pessoa que estudou majoritariamente em escola pública e que conseguiu alçar uma universidade federal depois de muita luta. Além disso, a professora trouxe dados sobre os discentes negros na universidade.

racismo mesa“O racismo institucional se manifesta quando corpos de estudantes ou professores negros são confundidos com os de pessoas que prestam serviço à universidade. Quando duvidam da nossa capacidade intelectual, de produzir conhecimento, de falar em público, e até, por exemplo, na escolha de bolsistas”, destacou a docente que ressaltou, ainda, a necessidade de mais políticas públicas e um debate intenso dentro das instituições sobre o racismo para que se possa avançar em uma convivência mais respeitosa entre todos.

A última pessoa a falar foi a estudante do curso de direito, Rotokwyi Valdenilson, que trouxe um pouco de sua trajetória acadêmica para conversar na mesa. A veterana frisou que mais de 200 indígenas adentraram na universidade, porém, diversos alunos acabaram desistindo durante a graduação e poucos chegaram, de fato, a se formar.

Ela contou, ainda, que decidiu escolher o curso de direito por escutar desde a sua infância que o seu povo vivia em constantes disputas e que isso lhe levou a buscar entender como que funcionava o mundo fora de sua aldeia pelo olhar do direito e também para saber quais os direitos ela possuía. Por fim, a discente deu as boas-vindas aos alunos que estão chegando na universidade, “Eu dou as boas-vindas aos calouros e vou dizer que não é fácil. Seja você indígena, quilombola, negro ou qualquer outro. A universidade não é fácil, mas para aqueles que têm determinação, vocês conseguem chegar lá”, finalizou.

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