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A importância da universidade pública na Amazônia foi tema de debate durante a recepção de boas vindas dos calouros

  • Publicado: Quarta, 13 de Julho de 2022, 17h53
  • Última atualização em Quinta, 14 de Julho de 2022, 10h52
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A programação de boas-vindas da IX semana de Recepção e Integração dos Calouros da Unifesspa está recheada de debates, diálogos, oficinas e interações. Como parte da programação realizada na noite desta terça-feira (12), no estacionamento da Unidade I, em Marabá, foi debatido a importância da universidade pública na Amazônia em tempos de autoritarismo e violência. A importância da Universidade Púb. na Amazônia

Fizeram parte da mesa de diálogo a primeira cacica do povo Krikatêjê, da Terra Mãe Maria, Kátia Silene, que participou por webconferência. Também participou a Professora indígena, formada em antropologia, Rosani de Fátima Fernandes, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A mediadora da mesa foi a assessora de comunicação da Unifesspa, Janine Bargas. 

O diálogo teve início com a cacica Kátia Silene que lembrou o papel da educação para a liberdade e autonomia dos povos. “A educação dada na Unifesspa, assim como em outras instituições de ensino, é um caminho para libertação, para educação para nossa autonomia. A Unifesspa é da Amazônia e além de reconhecer isso precisamos tornar o ensino ainda mais acessível aos povos. Lembro que quando eu comecei a estudar muitos desistiram porque naquela época não havia uma estrutura para receber os povos indígenas, quilombolas e os ribeirinhos. Embora tenhamos avançado muito, em nossas falas e contribuições, ainda temos muito mais a melhorar”, posicionou.

Kátia reconhece a participação da Unifesspa no acolhimento e apoio aos discentes indígenas, quilombolas e ribeirinhos, mas chamou atenção a necessidade de amadurecer ainda mais junto com os povos originários. “Hoje vejo que a Unifesspa procura abraçar o aluno, entender o porquê da desistência de alguns. Vejo que a Unifesspa busca dar apoio ao aluno, atender suas necessidades para que consigam concluir a graduação. De modo geral, percebo que todas as Universidades da Amazônia precisam de ter mais amor com os seus povos. A Universidade precisa chegar aos povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos e amadurecer junto com eles. A Universidade é como se fosse nosso alimento. A gente se alimenta dela para compartilhar com o nosso povo”, destacou a cacique.

Cacica webconferênciaDe acordo com a antropóloga Rosani Fernandes, em tempos anteriores não havia acesso democrático de inclusão aos povos indígenas, quilombolas, povos do campo e outras minorias. Depois dos anos 2000 começou a pensar em ações afirmativas para os povos indígenas. Anteriormente, os estudantes indígenas precisavam ir para outros estados para fazer seus cursos de graduação. A realidade mudou após a então UFPA ser provocada a desenvolver ações afirmativas para incluir os povos indígenas.

“Isso mostra que o cenário da inclusão nas universidades foi conquistado com as movimentações e reivindicações. Em 2013 foi ampliado as vagas para os quilombolas. A inclusão social ganhou ainda mais força com os programas de inclusão social, de auxilio estudantil, de cotas, etc. Essa transformação reforça e oportuniza o espaço aos povos originários, democratizando o ensino superior”, reforçou a antropóloga lembrando que a universidade é um lugar de pluralidade de ideias, conhecimento originário, de troca de conhecimentos com a inclusão de diversos coletivos. “A universidade combina com diversidade, com universalismo”, pontua.

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