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Estudantes indígenas e quilombolas receberão novas bolsas permanência com recursos da Unifesspa

  • Publicado: Terça, 17 de Mai de 2022, 17h26
  • Última atualização em Quinta, 19 de Mai de 2022, 07h47
  • Acessos: 1189

reuniao bolsas permanenciaNa manhã desta terça-feira (17), a Administração Superior da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) se reuniu com representantes estudantis indígenas e quilombolas para falar sobre as ações de permanência desses alunos na universidade, mais especificamente a demanda por bolsas permanência.

Conduzida pela vice-reitora, profa. Lucélia Cavalcante, a reunião integra uma importante agenda de esforços institucionais por parte da Unifesspa e de intensa mobilização dos estudantes. Também participaram a pró-reitora de Extensão e Assuntos Estudantis (Proex), profa. Lúcia Cavalcante, o diretor de Assistência e Integração Estudantil (Daie), prof. Dyeggo Guedes, e a coordenadora de Apoio à Diversidade Étnico-Racial do Nuade, profa. Karla Rascke.

Na oportunidade, foi apresentada a alternativa que gestão encontrou para ampliar a oferta de bolsas que assegurem a permanência de indígenas e quilombolas na Unifesspa. Desde 2019, essas bolsas vêm sofrendo expressivos cortes por parte do Governo Federal e, atualmente, são insuficientes para atender as necessidades estudantis de todas as universidades federais brasileiras. Para a Unifesspa, o Ministério da Educação (MEC) destinou apenas 28 bolsas, sendo que a demanda inicial era de 106.

A pró-reitora Lúcia Cavalcante explica que os 78 alunos que ficaram sem bolsa tinham todos os indicativos de que podiam evadir da universidade. A proposta da Administração Superior foi realocar recursos de outras ações para garantir bolsas de R$ 700 a todos esses estudantes. As bolsas serão pagas a partir do mês que vem e vão até dezembro, quando encerra o exercício financeiro do ano, limite legal para ordenamento de despesas.

“Juntos com os alunos, estamos pensando formas de garantir a permanência. A gente vai fazer isso com recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que estão lançados dentro da Pró-Reitoria de Graduação (Proeg). Essa realocação, que é nova e exclusiva para indígenas e quilombolas, foi feita com a parceria e autorização da reitoria”, acrescenta.  

“Por conta da pós-pandemia, com a alta de todos os preços de tudo, nossas dificuldades aumentaram bastante. Infelizmente, já tivemos desistência de alunos quilombolas para permanecer aqui. Mas, hoje, tivemos resposta positiva e conseguimos esse subsídio que vai nos ajudar a suprir nossas necessidades”, explica Raysson Pinheiro, estudante de Ciências Sociais, da comunidade quilombola de Boa Vista, território de Umarizal.

Para a vice-reitora, é preciso garantir e fortalecer as políticas de ações afirmativas. “A Unifesspa é uma universidade constituída, em sua base, por ações afirmativas que abrangem uma população de alunos que advém de diferentes realidades, diversidades, identidades, singularidades. Hoje estamos apresentando uma proposta que é fruto desse longo processo de diálogo, de negociação, com participação de setores da universidade em diálogo direto com os estudantes “.

reuniao bolsas permanencia2A proposta apresentada pela gestão foi bem recebida pela representação estudantil. “Hoje a gente sai feliz porque conseguimos vencer essa luta. Muitos alunos nossos ficaram sem a bolsa permanência do MEC porque foi reduzido. Agora, esse apoio da Unifesspa vai ajudar os nossos parentes a permanecer dentro da universidade, visto que muitos estão em situação de vulnerabilidade devido à situação do nosso país. Foi uma importante conquista, porém a luta continua”, declarou a estudante Mihagerê Gavião.

Novas ações – Além da proposta de bolsas custeadas pela Unifesspa, durante a reunião a Proex e o Nuad também anunciaram novas ações voltadas para o acolhimento e permanência de estudantes na universidade. O objetivo é avançar, com ações transversais, assegurando a diversidade como forte identidade da Instituição. “Nós vamos iniciar um programa de atendimento e acompanhamento psicológico para alunos que ingressam por nossas ações afirmativas. Isso inclusive foi demandado numa reunião com alunos indígenas e quilombolas e, hoje, estamos anunciando que vamos dar esse passo como parte do conjunto de ações da Proex”, ressalta Lúcia Cavalcante.

A incorporação desses processos dentro das ações institucionais é uma das missões do Núcleo de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da Unifesspa (Nuade). O Núcleo atuou diretamente na mobilização interna para a implementação das 78 bolsas permanência pela Unifesspa e tem realizado outras ações em diferentes frentes e de forma conjunta, assessorando unidades acadêmicas e administrativas, estabelecendo diálogos com os estudantes e demais setores da sociedade.  

Karla Rascke destaca importantes avanços conquistados a partir dessa agenda de diálogos e lutas. “Podemos citar a implementação de cotas raciais em todos os editais das Pró-Reitorias de Graduação (Proeg) e de Pesquisa e Inovação Tecnológica (Propit), que garantam reserva de vagas para este público”, afirma.

Ainda segundo a professora, outra relevante iniciativa, realizada em parceria com a Proeg, é a criação do programa de Educação para a Diversidade, que terá seu lançamento oficial nesta quarta-feira (18). As atividades do evento acontecem na Unidade I do Campus de Marabá da Unifesspa, durante manhã, tarde e noite com transmissão pelo canal da Unifesspa no YouTube. 

“É um evento para toda a comunidade, com o objetivo de trazer à tona a importância de transformações que impactem a realidade cotidiana da nossa universidade. Que essa diversidade esteja não só presente na universidade, mas também que possa aparecer em diferentes frentes para que todos os sujeitos de direito tenham acesso a oportunidade e se sintam também parte dessa instituição”, finaliza Rascke. 

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