Unifesspa recebe nova turma do PDTSA com aula inaugural

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) promoveu no dia 10 de março (terça-feira) a recepção aos novos mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA) com a Aula Inaugural “A sensação de se perder em uma torrente humana”, proferida pelo professor Djalma Thürler, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

“É uma alegria muito grande sempre que recebemos uma nova turma na pós-graduação porque ela é fundamental para a construção da Universidade na busca de sua excelência e para o cumprimento de sua função social por meio da pesquisa. As produções do PDTSA apresentam uma contribuição fundamental para pensar políticas públicas, lutas sociais, agricultura familiar, e demais frentes para o interior da Amazônia, durante seus quase dez anos de existência e continuará em seu futuro doutorado”, ressaltou a vice-reitora e também professora no PDTSA, Idelma Santiago, que presidiu a solenidade.

Djalma Thürler é professor permanente do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade e Professor Associado II do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC) na UFBA. É também diretor artístico e dramaturgo da ATeliê voadOR Companhia de Teatro, além de Vice-Coordenador do NuCuS - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Cultura e Sexualidade (UFBA) e atual Coordenador Adjunto Acadêmico da Câmara II - Sociais e Humanidades, da Área Interdisciplinar da CAPES.

“A sensação de se perder numa torrente humana é a necessidade que a gente tem de troca, de encontrar com o outro, de estar na rua, nos espaços de sociabilidade. A rua como metáfora desse grande encontro com as pessoas, para onde devemos abrir a nossa porta. Se ficarmos em casa, fechados na tecnologia, não iremos nos espantar e a ciência nasce do espanto. É bonito quando essa forma que eu escolhi falar com os novos mestrandos, que não é a forma mais canônica, mais objetiva, com a qual a ciência se identificou por muito tempo, teve um efeito perceptível nas pessoas que se emocionaram com aquilo que pode parecer que tem um caráter pessoal, mas que por trás tem uma intenção de mobilizá-las para sociedade, para os conflitos, e para complexidade que a gente vive. Eu procuro fazer uma ciência que vai para um outro caminho de afeição, de mobilização, e é bonito quando você vê o efeito ao vivo na tua frente”, afirmou o professor Thürler.

A sensação foi sentida por Ednalva Carmo, caloura do PDTSA e professora da Rede de Educação Básica em Marabá. “Eu senti cada etapa da minha vida enquanto falas da tua. Entramos e saímos da Universidade com o sentimento de super-heróis, que muda ao nos depararmos com uma realidade tão diversa. O cenário em que vivemos hoje nos apresenta tanta diversidade no convívio em sociedade que precisamos fazer esse exercício de nos colocarmos no lugar do outro para entender como as pessoas chegaram às suas conclusões, não num lugar de superioridade, mas para compreender mesmo o que é ser mulher, homossexual, de direita; como essas pessoas se percebem e percebem o mundo, mesmo diferentes de nós e do que pensamos”, disse a mestranda.

“Conhecemos o professor em outros contextos de pesquisa e uma das suas marcas é a fala que, num olhar precipitado pode parecer totalmente pessoal, mas que fala justamente de todos nós porque não tem como pensar nossas pesquisas sem perceber as pessoas e suas motivações. Quando convidamos o professor Djalma foi para essa fala impactante e de tentar descontruir a ideia de ciência dura para pensar uma ciência afetiva, como ele chama. Tirando a palavra afetiva de sentidos habituais, mas pensando como um modo de fazer política e de construir ciência”, afirmou o coordenador do PDTSA, Prof. Hiran Possas.
Participaram também da solenidade os professores Francisco Ribeiro, representando a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica (PROPIT/UNIFESSPA) e Marcus Vinicius Mariano de Souza, Diretor Geral do Instituto de Ciências Humanas, ao qual o PDTSA está vinculado.