Balanço CPEE: Congresso se consolida como referência no debate sobre educação especial

Terminou na última sexta-feira (19), em Marabá, o V Congresso Paraense de Educação Especial (CPEE). Foram três dias de debates, trocas de experiências e reafirmação do direito à inclusão da pessoa com deficiência. Avaliado positivamente, o encontro possibilitou que mais de 600 participantes, de diferentes lugares do país e variados segmentos da sociedade, pudessem dialogar acerca de práticas pedagógicas e políticas públicas inclusivas, se consolidando como referência sobre o tema. 

Contando com, aproximadamente, 150 pessoas na organização, o encontro é promovido pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), por meio do Núcleo de Acessibilidade Inclusão Acadêmica (NAIA). Este ano, o CPEE abordou a “Deficiência e a Educação como Direito: Trajetórias, Desafios e Caminhos para Inclusão” e teve suas atividades traduzidas por meio da língua brasileira de sinais (libras). Na programação, palestras, oficinas e minicursos, além de várias mesas-redondas, que trataram da inclusão e acessibilidade como princípio para uma sociedade mais justa e humanizada. 

Entre elas, a mesa-redonda “Trajetórias de alunos com deficiência na Unifesspa: avanços e limites”. Nesse espaço de diálogo, os alunos puderam compartilhar experiências, desafios e conquistas relativos à vivência durante a graduação. A acadêmica do 5º período do curso de Ciências Biológicas, Ingrid Borges Rocha, falou sobre sua trajetória. “O início foi muito difícil, cheguei a pensar até em desistir do curso”. Segundo ela, essa dificuldade de inclusão vinha desde a educação básica.

Superados os desafios iniciais, hoje Ingrid celebra a possibilidade de cursar o ensino superior. Ela planeja fazer seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) voltado para o direito à educação especial, como forma de ajudar outras pessoas com deficiência que desejam ingressar no curso.

Relatos como o de Ingrid motivaram os participantes do encontro. É o caso da professora Célia Maria, da cidade de Abaetetuba. Ela trabalha com educação especial há quase 30 anos e participa do congresso pela segunda vez. “Parabenizo a trajetória dessas pessoas e acredito que elas têm muito a contribuir com a sociedade, com a educação inclusiva, fazendo a diferença”, disse.

Para o vice-presidente do Conselho Municipal da pessoa com deficiência de Marabá, Nacélio Madeiro, o congresso fomenta a discussão sobre os desafios da inclusão, desde a educação ao mercado de trabalho. “A cada congresso concretizado a gente percebe uma maior mobilização da sociedade, que está imbuída na causa da inclusão da pessoa com deficiência”. Madeiro participou de todas as edições do CPEE.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade Inclusão Acadêmica (NAIA), professora Lucélia Cardoso, o CPEE propicia para a Amazônia paraense um espaço formativo, possibilitando o protagonismo das pessoas com deficiência. “É um espaço para se debater com eles e não sobre eles”, ponderou a docente.

Ações institucionais da Unifesspa

Na solenidade de abertura, realizada na última quarta-feira (17), no auditório da Faculdade Metropolitana, o reitor da Unifesspa, professor Maurílio de Abreu Monteiro, destacou as políticas que a instituição vem adotando para garantir a acessibilidade e inclusão dos alunos. Ele anunciou o lançamento, em breve, de 

edital público para que interessados em desenvolver tecnologias assistivas possam apresentar seus projetos.

Atualmente, a instituição tem 88 alunos com deficiência, em Marabá e nos campi fora de sede, que recebem o suporte do NAIA. Vinculado a Unifesspa, o órgão  oferece serviços pedagógicos, visando garantir o direito do aluno com deficiência à educação, promovendo sua inclusão dentro e fora de sala de aula.