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Pesquisador critica reforma do Ensino Médio e defende interdisciplinaridade

  • Publicado: Segunda, 19 de Dezembro de 2016, 16h53
  • Última atualização em Segunda, 19 de Dezembro de 2016, 16h56
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palestraILLAO professor doutor José Afonso Medeiros Souza, da Universidade Federal do Pará (UFPA),  ministrou uma palestra na tarde da última quinta-feira (15) para mais de quarenta pessoas, dentre elas, alunos, professores e convidados do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá.

Em sua palestra, cujo tema era “A Interdisciplinaridade na construção da pesquisa: Arte e Ciência”, ele repudiou a falta de debate, antecipado, com a sociedade e os atores envolvidos, em torno da reforma do Ensino Médio proposto pelo Governo Federal por meio da Medida Provisória 746/2016. A MP foi enviada para o Congresso Nacional.

José Afonso, integrante da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, da Federação de Arte-Educadores do Brasil (FAEB) e da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) classificou como inaceitável a divisão de disciplinas entre “obrigatórias” e “seletivas” como propôs a Medida Provisória. “Por que diferenciar conhecimento imprescindível de conhecimento descartável?”, questionou.

Segundo o pesquisador, a proposta governamental conflita entre a “razão utilitarista” que vê a educação adequada a um único modelo de sociedade, acrítico, ao invés de um modelo de “razão idealista”, em que a educação é adequada a plenitude do indivíduo e à transformação da sociedade.

Durante mais de três horas, José Afonso, defendeu o modelo da interdisciplinaridade para o ensino superior, baseando-se em conceitos, dentre outros, de autores como o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804), para quem seriam necessárias as respostas de duas perguntas para se estabelecer um norte para o assunto: “Qual a nossa capacidade de conhecer?” e “Quais são os limites do conhecimento?”. 

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José Afonso esclareceu que há uma diferença abissal entre o “Ser conhecedor” e o “Objeto conhecido (coisa)”, derivados da resposta do filósofo.  Para o pesquisador José Afonso, a Teoria do Conhecimento, de autoria de Kant aponta que “as duas coisas estão interligadas” e que o Eixo proposto pelo filósofo ajuda a compreender o processo: SENSAÇÃO-SENSIBILIDADE-IMAGINAÇÃO-ENTENDIMENTO-RAZÃO.

 

Cérebro age por associação

Entre os pesquisadores que se destacaram com novas descobertas sobre o cérebro e suas atividades, a partir dos anos 90 do século passado, estão o médico e cientista brasileiro, Miguel Nicolelis, considerado um dos vinte maiores cientistas do mundo pela revista Scientific American, e o neurocientista português António Damásio, que trabalha no estudo do cérebro e das emoções humanas.


O pesquisador explicou que entre as descobertas viu-se que muita coisa se processa entre a fronteira entre o “córtex cerebral”, também chamado de matéria cinza (controla o que chamamos funções nervosas elaboradas e é agrupado em áreas com funções diferentes, principalmente sensoriais, motoras e de associação. O córtex cerebral está envolvido em várias funções cognitivas, incluindo, entre outras, o tato, a linguagem, as ações voluntárias de habilidades motoras e de memória), e o “cerebelo” (é essencial no desempenho dos movimentos voluntários e na aprendizagem motora, além de terfunção essencial no tato, visão e audição), responsável por 10% do volume total do encéfalo e contém cerca de metade dos neurônios do cérebro.

“O conhecimento se dá em rede; nas interfases; associativo e relacional”, afirmou José Afonso. José Afonso explicou que o cérebro tem 86 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,4 quilos. O auge do cérebro é aos 20 anos. A velhice e a falta de consumo geram perda de neurônios, segundo o pesquisador. “A memória não é um arquivo perfeito”.

Atitude interdisciplinar
Para ele, a percepção de que a herança genética não é nada sem o meio ambiente (Cultura), que faz com que as coisas possam florescer e frutificar. “Sair da atitude disciplinar para interdisciplinar é necessário, já que o conhecimento afinal de contas é interdisciplinar”, concluiu.

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