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Professor do ICH lança livro sobre o processo de alforria de escravos em Mariana (MG)

  • Publicado: Terça, 26 de Janeiro de 2021, 16h49
  • Última atualização em Quinta, 28 de Janeiro de 2021, 14h56
  • Acessos: 1774

lançamento livro escravidaoEntender as relações que se estabeleciam entre senhor e escravo em meio ao processo de alforria em Mariana (MG), entre os anos 1750 e 1779. Este é o principal objetivo de e-book lançado pelo professor Carlo Guimarães Monti, do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Unifesspa.

Intitulado “Por amor a Deus - o processo de alforria de escravos em Mariana (1750-1779)”, o e-book foi lançado no mês passado, durante o XII Encontro estadual de história da ANPUH – Pará. A obra chama atenção para as diferenças nas formas de estrutura própria de registro que caracterizou as alforrias do período estudado.

A obra está disponível para download, gratuitamente, no site: https://unifesspa.academia.edu/CarloMonti. Assista ao vídeo de lançamento do livro aqui

Resumo: As cartas de liberdade não são consideradas como o fim das obrigações devidas pelos escravos e sim como o momento inaugural de um novo tipo de relacionamento entre senhor e escravo. A obra demonstra que a crise da economia mineradora não esteve diretamente implicada com as concessões de alforrias em Mariana para o período estudado, não mudando o perfil do escravo manumitido e, nem o tipo de liberdade proporcionada. Assim como as relações sexuais havidas entre escravas e senhores acabaram por atrelar as cativas por anos a fio aos senhores.

As alforrias gratuitas, quando foram permitidas, não garantiam a possibilidade de uma nova vida aos forros, que em face da política de controle desenvolvida pelos senhores, muitas das vezes, continuaram sob a tutela do então ex-senhor. Em muitos casos os senhores praticaram uma política de vínculo ao permitirem algumas liberdades, mesmo redigindo a alforria, não a entregavam ao cativo, o que chamamos de alforria vinculante.

Chamadas de “carta ou papel de alforria” ao serem registradas nos livros de notas, caracterizavam-se por representar uma cópia da carta já existente, onde eram anotadas informações acerca de quem a estava apresentando, ainda, um texto de encerramento do documento era redigido, no qual se colocava a data atual, a assinatura das testemunhas e a assinatura do escrivão, diferenciando-as, desta forma, daquelas que não constituíam vínculos.

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